As diferentes mitologias que coexistem nas actuais e anteriores culturas têm muitos pontos em comum. Um deles é a figura dos cães mitológicos que teve um grande significado ao longo da história de várias civilizações. Alguns foram temidos e outros adorados. O carácter ou a personalidade destes depende de cada povo. Ao longo deste artigo vamos conhecer os 3 cães mitológicos mais curiosos de todas as civilizações.
Xólotl, Cérbero e Argos são os três cães mitológicos que vamos analisar em profundidade para podermos compreender melhor quão importantes eram estas criaturas para os habitantes das antigas civilizações.
Cada um destes seres tinha uma função muito concreta. Uns eram temidos e outros venerados. Se os queres descobrir, apenas tens de continuar a ler este artigo até ao final. Do que estás à espera?
Xólotl
A lenda diz que o deus Xólot é o deus da transformação, dos espíritos e da escuridão. Também é irmão gémeo de Quetzalcóatl, a serpente emplumada que representa o conhecimento, vida e luz na mitologia tolteca. Rezam as lendas que protege o Sol enquanto este viaja pelo submundo durante toda a noite. Esta história assemelha-se imenso à viagem que Rá faz para explicar as fases do dia.
Esta deidade azteca tinha um medo terrível da morte e escapava continuamente às suas mãos. Para evitar o sacrifício, Xólotl transformou-se várias vezes sem sucesso até que finalmente foi apanhado e morto. Este cão mitológico está na origem do nome dado a uma raça denominada tradicionalmente como “pelado mexicano” ou xoloitzcuintle em honra a esta deidade azteca. Este nome traduzido à letra significa cão monstruoso, já que Xólotl era o acompanhante dos mortos durante a sua viagem para o submundo.
Argos
Talvez este cão mitológico não seja tão conhecido como os outros. Aparece na Odisseia, o épico escrito por Homero. Nesta obra, Argos é o cão de Odisseu/Ulisses que por sua vez é o protagonista da história. Aparece no final da aventura quando o protagonista chega a casa após passar vinte longos anos em alto mar. Para evitar os seus inimigos, Odisseu/Ulisses entra no seu país disfarçado de mendigo para não ser reconhecido. No entanto, Argos, já muito velho e fraco, reconhece o seu antigo amo mesmo depois de passar vinte anos sem o ver, demonstrando assim o carinho que lhe devotava. Este ao ver o cão tão doente fica comovido e chora ao ver o seu estado. Argos acaba por morrer a seus pés mas feliz por o ter podido ver uma última vez antes de morrer. Este belo exemplo é um dos mais antigos sobre a forte ligação que existe entre o homem e o seu cão.
Cérbero
Cérbero é provavelmente um dos cães mitológicos mais conhecidos. Com um aspecto terrivelmente monstruoso, pois segundo reza a lenda tinha três enormes cabeças e uma cauda formada por uma serpente. Este cão era propriedade de Hades, deus do antigo submundo grego. Tinha uma função perfeitamente definida: era o guardião das portas do submundo e não devia deixar sair ou entrar ninguém.
Esta lenda assustadora não parece ser nova pois na mitologia nórdica já existia um cão chamado Garm que tinha a mesma missão de Cérbero.
Cérbero aparece em inúmeras aventuras onde enfrenta heróis tão importantes como o próprio Héracles, Orfeu ou Hermes. Em algumas delas sai vitorioso e impede os seus inimigos de aceder ao submundo, enquanto noutras é enganado de alguma forma.
Uma das curiosidades que talvez não conheças é que as cabeças eram conhecidas como veltesta, tretesta e drittesta ou cabeça esquerda, terceira cabeça e cabeça direita.
Com este artigo já conheces melhor alguns dos cães mitológicos mais importantes da antiguidade. Um deles era um deus, Argos mostrou uma fidelidade a toda a prova para com o seu dono, e Cérbero era o firme guardião do submundo às ordens de Hades.
Como sempre, gostávamos que nos desses a tua opinião sobre estes cães mitológicos. De qual destas três histórias gostaste mais? Conhecias as semelhanças entre Xólotl e Rá? Gostavas de ter um cão tão fiel como Argos? Cérbero é o monstro mais terrível de que ouviste falar? Queremos ler os vossos comentários!