Há muita gente que não tem o suficiente para comer ou sem acesso aos serviços mais básicos. Parece que o nosso planeta não tem condições para satisfazer as necessidades de toda a gente. Será mesmo que o nosso planeta tem mesmo população a mais?
Hoje queremos falar um pouco sobre este tema e saber se é mesmo verdade que o nosso planeta tem mais habitantes do que pode suportar ou se o excesso populacional é apenas um mito.
A Terra tem demasiados habitantes?
Não existem números exactos, mas os números referem que a população mundial andará por volta dos 7,4 mil milhões de pessoas, o dobro de 1970 e que continua a crescer. Será que há demasiadas pessoas neste planeta?
Tecnicamente, a Terra não tem um número máximo de habitantes que possa suportar, pelo que não existe um excesso de população. O verdadeiro problema está na má distribuição dos recursos, da forma como estes são (mal) gastos e do pouco cuidado que temos para com o meio-ambiente.
A chamada sustentabilidade humana, ou seja, a capacidade de entregar os recursos necessários para cada habitante do planeta, é actualmente uma verdadeira ciência e os especialistas dizem que é necessário fazer mudanças para poder sustentar uma população em crescimento.
No entanto, enquanto em alguns países a população cresce incessantemente, noutros considerados mais desenvolvidos existe um problema sério de crescimento porque nascem cada vez menos crianças e há cada vez mais idosos, com graves consequências a nível de falta de mão-de-obra produtiva.
Em média e no mundo inteiro, cada mulher tem 2,5 filhos, metade de há 40 anos, mas estes valores são muito menores nos países europeus, o que torna praticamente impossível haver uma renovação de gerações.
Como ajustar-nos a uma população em crescimento?
Segundo Erle C. Ellis, especialista em estudos globais, sustentabilidade e antropologia ecológica da Universidade de Baltimore, nos Estados Unidos, a quantidade de humanos na Terra não excede a sua capacidade.
Desde os tempos dos nossos antepassados até agora que a população mundial sempre aumentou. O que foi feito foi simplesmente ajustar o ecossistema de forma a satisfazer as nossas necessidades, embora com o passar do tempo o ser humano se tenha vindo a tornar cada vez mais egoísta.
Este especialista refere que não existe nenhuma razão real para as pessoas passarem fome hoje em dia, nem no futuro, uma vez que existe uma capacidade de produção de alimentos superior às necessidades reais. O problema está na péssima repartição destes alimentos e porque muitos acabam por ser deitados ao lixo quando há muita gente a passar fome.
Os diferentes campos da ciência e da tecnologia precisam de trabalhar em sistemas para otimizar tanto os processos produtivos como o uso das terras, para além de ser necessária uma repartição mais solidária do que já existe.
Ellis diz que a sustentabilidade humana tem mais uma necessidade: cuidar do meio-ambiente deixando de intervir nas zonas exclusivas da natureza dedicadas aos processos produtivos, uma vez não é necessário haver mais superfícies para o efeito pois basta otimizar as que já existem.
Cuidar do planeta, sermos mais solidários e aproveitar melhor a tecnologia cada vez mais avançada à nossa disposição é a chave para cada pessoa ter o que necessita. Não importa se somos 7,4 mil milhões ou mais, nem agora nem no futuro próximo.