Os Reis Magos, de acordo com a versão mais conhecida no ocidente, eram três, chegaram a Jerusalém guiados por uma estrela, com oferendas de ouro, incenso e mirra para adorar o recém-nascido Menino Jesus. Esta história foi no entanto divulgada pela primeira vez pelo Papa Leão I, cognominado o Grande, também conhecido como São Leão Magno, no século V.
No entanto a história da bíblia é outra: Mateus, no capítulo 2 do seu evangelho, apenas faz menção de uns magos que iam adorar Jesus, não dizendo quantos eram, quais os seus nomes ou sequer confirma se seriam Reis. Diz-se que despertaram a ira do Rei Herodes e que por sua culpa mandou matar todas as crianças com menos de dois anos.
A versão definitiva dos Reis Magos foi escrita no século XIV pelo monge carmelita João de Hildesheim. Ali se encontram compilados todos os dados que circulavam na época, previamente aceites pela Igreja Católica. O resultado final é um livro de trinta e quatro capítulos onde pela primeira vez é dito que os magos eram três. Séculos depois ficou provado que foi escolhido esse número para coincidir com o número de oferendas. Existem inclusivamente outras versões que dizem que os magos eram dois, quatro, seis, oito e até mesmo doze.
O livro também oficializou os seus nomes, Gaspar, Baltazar e Belchior, que foram retirados de um friso de mosaicos da Igreja de Santo Apolinário em Ravena (Itália), pintado no século VI. A imagem mostra uma procissão de mulheres liderada por três personagens vestidos de persas, que ofereciam relíquias à Virgem Maria. A imagem da Virgem está sentada num trono com o Menino sentado no seu joelho esquerdo.
Por cima das cabeças dos persas pode-se ler os três nomes. Assim foram eliminados os nomes usados na Grécia, hebreus e sírios. Apenas ficaram os promovidos pela tradição católica.
Outro dado incorporado definitivamente pelo monge foi a cor da pele de Baltasar, que se baseou nos textos do inglês Beda, o Venerável, datados de princípios do século VIII. O mais curioso é o facto de ninguém o ter representado com pele escura até ao século XIV.