A acinetopsia é um estranho trastorno neurológico que tem como consequência a perda da percepção visual do movimento. As pessoas afectadas não apresentam outros defeitos da visão, e distinguem correctamente a forma e a cor de qualquer objecto sempre que este permanece imóvel, mas não quando o objecto está em movimento. Podemos dar como exemplo um carro, que enquanto estiver estacionado será visível, mas quando está em movimento, o afectado por acinetopsia vai deixar de o conseguir distinguir (vendo apenas uma mancha desfocada) até este voltar a parar.
O primeiro caso registado foi o de uma mulher com 58 anos que dizia não poder ver o movimento, vendo as coisas mudar de posição inexplicavelmente. Este caso deu-se no ano de 1911, para pasmo dos médicos da época. Um segundo caso apareceu em 1918, quando um homem de 24 anos que sobreviveu a um tiro na cabeça e descreveu os mesmos sintomas que o caso anterior.
O caso mais bem documentado remonta ao ano de 1978, quando uma mulher chamada Gisela Leibold relatou que ao servir-se de uma chávena de café parecia-lhe ver o café a cair como se estivesse congelado ou se fosse sólido. Outro problema adicional era saber quando a chávena estava cheia, pelo que derramava o conteúdo na maioria das vezes. Os médicos não conseguiram uma cura para ela, mas chegaram a superar algumas das suas barreiras diárias, como por exemplo atravessar uma rua, dando mais atenção à audição do que à visão.
Pensa-se que as causas da acinetopsia poderão estar no lóbulo temporal, e que talvez seja desencadeada em consequência de derrames cerebrais, enfartes, sequelas de cirurgias cranianas ou devido ao consumo de determinados fármacos antidepressivos. No caso dos antidepressivos, a acinetopsia pode desaparecer quando cessar o seu consumo, mas no caso de ter origem em danos cerebrais a solução passa pela cirurgia.