Segue a eterna controvérsia entre os que acreditam que a consciência pode sobreviver à morte e os que defendem o contrário. No entanto, nenhum dos lados tem provas que apoiem ou refutem as suas crenças ou teorias.
Neste artigo, vamos expor o que diz a ciência para explicar as famosas EQM (Experiências de Quase Morte) e a sua origem.
Teoria do Cérebro Moribundo
Esta teoria afirma que a sensação de sair fora do corpo, de ver uma luz ao fundo de um túnel ou reviver os factos de toda uma vida em poucos segundos, é tão só e apenas produto da acção dos neurotransmissores cerebrais a “desligarem-se”. Todos os cérebros humanos têm as mesmas características, assim como actuam da mesma forma com a proximidade da morte. Por isso é um fenómeno universal.
Aqui coexistem duas vertentes principais de investigação. A primeira foca-se essencialmente no foro psicológico da procura das razões do comportamento dos seres humanos perante a morte. A segunda baseia-se no puro aspecto fisiológico, tentando averiguar o que acontece no cérebro durante uma EQM.
Teoria de Darwin
As EQM são uma estratégia deliberada da raça humana, que ajudam as pessoas a adaptar-se melhor ao fim inevitável das suas vidas. Tão simples quanto isso.
Teoria da Alucinação
Alguns investigadores pensam que as EQM são explicadas com base nas funções cerebrais. As pessoas moribundas segregam endorfinas, hormonas que actuam sobre o sistema nervoso central para reprimir a dor. No entanto, as endorfinas não são alucinogénias, não provocam por si mesmas as visões próprias de uma EQM.
Sabe-se que a cetamina pode produzir muitas das características das EQM, em particular a sensação de “estar fora do corpo”. Por isso tem-se especulado que uma substancia semelhante à cetamina possa ser produzida pelo corpo no momento de uma EQM, unindo-se a certos receptores de neurotransmissores, bloqueando-os e provocando as visões e sensações de uma EQM completa.
Teoria do Lóbulo Temporal
Sabe-se da existência de um determinado tipo de epilepsia, associada a danos no lóbulo temporal e que pode “imitar” algumas características das EQM. Os investigadores descobriram que estimulando electricamente esta zona cerebral, são produzidas sensações tais como a visão de todos os factos passados, tal como se fosse um filme a passar no cinema. Pensa-se que o stresse causado devido à proximidade da morte, possa de alguma forma estimular o lóbulo temporal.
Teoria da falta de oxigénio
Outras explicações acusam a falta de oxigénio no cérebro ou a presença de demasiado dióxido de carbono no mesmo. Esta circunstância provoca uma sensação de bem-estar e poder, ou mesmo de felicidade. Com efeito, a morte provocada pela inalação de dióxido de carbono é conhecida como a “Morte Doce”.
Teoria da Despersonalização
Esta teoria tem a sua origem no aspecto psicológico do ser humano. Argumenta que o ser humano, quando enfrenta situações tão dramáticas como a doença e a morte, tenta substituir esta realidade com fantasias agradáveis, como que sendo uma autoprotecção.
Teoria da memória do nascimento
As EQM não têm nada a ver com a morte, sendo apenas uma recordação do próprio nascimento. Ao nascer, o bebé deixa o útero para viajar por um túnel em direcção à luz. E o que se espera na luz, é normalmente uma grande quantidade de amor e calor.
Em resumo, o que acontece no momento da morte será apenas uma recordação “armazenada” do que aconteceu quando a pessoa nasceu.
Como podemos ver, apresentamos somente os argumentos de cada teoria que a ciência aponta como possíveis explicações para desvendar o mistério das EQM. Não apresentamos os “contras” nem as críticas ou objecções que as ditas teorias têm gerado. Desta forma, poderá tirar as suas próprias conclusões e escolher a versão que melhor o convença, embora em minha opinião nenhuma me convença…