A Terra em Marte

Súcubo. O Sedutor Demónio Feminino da Noite

súcuboSúcubo. Por trás desta inquietante palavra e da atraente imagem que define estas mulheres, esconde-se na realidade um tipo muito particular de demónio que tem as sua origens na Idade Média. Está intimamente associado com a sexualidade, mecanismo que este ser utiliza para obter o seu verdadeiro objectivo: a energia vital dos homens.
Podemos dizer que, tal como outras criaturas que habitam os pesadelos, sempre se tentou dar uma explicação mais ou menos lógica a fenómenos naturais, embora não necessariamente agradáveis (como a poluição nocturna ou a paralisia do sono).
É mais tranquilizador assumir que é uma reacção corporal, embora este ser diabólico deverá ter assustado de sobremaneira os homens e mulheres da antiguidade.

Súcubo. O demónio feminino da noite

Trata-se de um verdadeiro clássico da demonologia e da lenda. O súcubo é uma criatura fascinante que hoje vamos apresentar. Preparado/a? Só um aviso: se és homem, deves ter muito cuidado nessas horas da noite em que cais rendido à terra dos sonhos. Se em algum momento sentires uma pressão no teu peito, abre os olhos com cuidado… Podes ter sobre ti algo que não é deste mundo.

O que é exactamente um súcubo?

Estas criaturas estavam associadas ao sexo e em especial à noite. Os súcubos  são capazes de dominar o mundo onírico, daí que seja frequente que possam entrar nesse tecido inconsciente do género masculino, para marcar presença nos sonhos.
Para identificar um súcubo pelo seu aspecto, há que destacar o seu olhar onde reluz o fulgor ígneo do inferno. O seu olhar tem o encanto das serpentes, são hipnóticas, e quando um homem as vê pela primeira vez nos seus sonhos, nunca mais as conseguirá esquecer. São como o ópio e é mesmo frequente que um jovem procure propositadamente esse momento da noite em que fica adormecido para receber a visita do súcubo. Dia após dia, ficará mais enfraquecido até encontrar, seguramente, a morte mais plácida do mundo.
Diz-se que a aparência do súcubo é a de uma mulher muito bela e jovem, mas que essa é só a primeira impressão. Mas quando se olha com mais atenção, pode-se encontrar no seu corpo alguns traços monstruosos, como garras parecidas com as de uma ave, caudas de serpente, etc. Em outras versões também se diz poderem ter o aspecto de uma sereia.
Diz a tradição que  os súcubos, poderiam ter a mesma linhagem de Lilith, a primeira mulher de Adão. Segundo esta história, de acordo com o Zohar (um dos livros principais da Cabala), esta primeira esposa uniu-se ao arcanjo Samael e já não quis mais voltar ao Jardim do Eden.
Os mitos falam também da existência de 4 súcubos, 4 rainhas demónio, que tiveram relações com este arcanjo. Os seus nomes eram: Lilith, Eisheth, Agrat Bat Mahlat e Naamah.

Porque apareceu a figura do súcubo?

Antigamente, a forma de explicar fenómenos naturais como a poluição nocturna e até mesmo a paralisia do sono era argumentando que eram provocados por um súcubo (do latim, succubus, “debaixo de”), por estes demónios femininos que anseiam roubar a força vital dos homens.
São, de certa forma, uma espécie de vampiras que por vezes também se podem alimentar de sangue. O seu objectivo é absorver a alma e o vigor dos jovens.
Como vês, longe de buscar uma explicação científica (que por outro lado não estava ao alcance dos humanos de antigamente), as pessoas decidiram encontrar no folclore uma resposta ao que não compreendiam.

A representação do súcubo

Hoje em dia podemos encontrar o testemunho artístico dos súcubos, em pequenos entalhes de madeira à entrada de antigos bordéis da época medieval.
Estas criaturas eram as que permitiam saber a quem se hospedava naquela pousada que também se tratava de um bordel, ou seja, havia mulheres que ofereciam serviços íntimos.

Íncubo, a outra face do súcubo

Também temos de falar da outra parte, ou seja, dos seres que partilham com os súcubos características similares: estamos a falar dos íncubos (os que se “deitam por cima”). Neste caso são jovens, rapazes atraentes que procuram raparigas virgens para atacar sexualmente. No entanto há que referir que muitas culturas referem que os súcubos e os íncubos seriam na realidade a mesma criatura, criatura esta que era capaz de adquirir os dois sexos segundo a sua vontade e a vítima de que se “desejam alimentar”.
Na criação da figura do íncubo está escondido muito mais horrível do que simplesmente uma explicação para as experiências inquietantes durante o sono. Por vezes, para esconder a horrível verdade do abuso sexual de um familiar ou conhecido das jovens, dizia-se que a vítima em questão tinha sido atacada por um destes demónios masculinos, que tinham abusado dela e talvez até mesmo a deixado grávida. A experiência terrível ficava assim reduzida a um pesadelo. E quem podia provar o contrário, quando não havia nenhum outro testemunho para além do da jovem, talvez mesmo ainda apenas uma criança? Neste caso o campo da magia e do sobrenatural era a explicação mais lógica e uma justificação para as misérias do ser humano.
Finalmente, quem era pior? Um íncubo, um súcubo? Ou os verdadeiros monstros que talvez até partilhavam o mesmo tecto com a vítimas?
Em qualquer dos casos, íncubos e súcubos passaram à história como criaturas atractivas que inflamam a nossa imaginação, servindo de inspiração para numerosas histórias e lendas tão agradáveis de escutar numa noite de tempestade.
Para terminar, lembra-te sempre que súcubos e íncubos são hábeis artesãos do encantamento, que se servem dos teus sonhos quando estás a dormir para te roubar diariamente e sem que te apercebas um pouco da tua energia vital. Vigia bem o teu descanso nocturnos, nunca se sabe se irás receber um convidado do outro mundo…
Exit mobile version