A Terra em Marte

Sobre grilos e termómetros

griloO mundo animal nunca deixa de nos surpreender e de nos lembrar que apesar da nossa tecnologia a Mãe Natureza já teve alguns milhões de anos a mais do que nós para se adaptar ao meio, desenvolvendo neste processo habilidades tão surpreendentes como o voo, a camuflagem e muitas outras, embora no caso de que hoje vamos falar não se trate de algo útil para o nosso protagonista, mas sim para nós.

Todos os seres da natureza estão sujeitos e condicionados pelas mudanças do meio envolvente, podendo ser mais ou menos sensíveis ou reactivos a elas, mas no caso dos grilos dá-se uma circunstância muito curiosa e que é poderem não só nos avisar sobre as alterações bruscas das temperatura, como ainda nos dizer com exactidão os graus.

Desde há algum tempo que se sabe que existe uma relação directamente proporcional entre o canto dos grilos e a temperatura ambiente, uma vez que quanto mais calor fizer mais rápido é o seu canto e vice-versa, dado que os grilos têm o sangue frio. Como o resto dos animais de sangue frio ou pecilotermos (lagartos, batráquios, insectos, etc.), as suas funções corporais variam a sua velocidade em função da temperatura exterior. Tanto é assim, sendo facilmente comprovável, como ainda a natureza vai um passo mais além, dando-nos não uma referência ambiental vaga, mas uma extremamente exacta.

Se nalguma altura quisermos saber qual a temperatura que faz e tivermos um grilo próximo, podemos saber essa informação sem necessidade de ter um termómetro. Basta simplesmente contar o número de sons que emite durante 8 segundos, e ao resultado somar 5. No caso de se querer conhecer a temperatura na escala de Fahrenheit devemos contar os sons durante um período de 15 segundos e ao resultado somar 40.

Exit mobile version