As histórias de fantasmas e de presenças inexplicáveis têm-se repetido ao longo da história, juntamente com outras ocorrências que afectam os seres humanos e que parecem pertencer à esfera do paranormal.
A ciência há já muito tempo que tem tentado explicar alguns destes mistérios a partir de uma perspectiva racional. As investigações agora levadas a cabo por um grupo de cientistas, financiados entre outros, pela Fundação Nacional para a Ciência da Suíça, tentaram explicar a origem da sensação de uma presença fantasmagórica.
Já sentiste uma presença fantasmagórica?
Seguramente que já te acontece isso alguma vez: tens a sensação que há alguém ou algo próximo de ti, mas ao olhar não há realmente ninguém. Esta sensação de uma presença próxima que não se vê é o que deu origem à crença de existirem fantasmas.
Um dos casos mais surpreendentes e recentes foi explicado por Reinhold Messner ao descer a montanha de Nanga Parbat, que é uma das dez montanhas mais altas do mundo. Messner explicou que durante a terrível e esgotante descida juntamente com o seu irmão, sentiu que havia um terceiro alpinista próximo deles. Não o podia ver mas sentia a sua presença e assegura que estava ali fora do seu campo de visão, mas mantendo-se sempre à mesma distância embora não o visse. Evidentemente não havia ninguém a segui-los na montanha. Os cientistas chamam a isto “sensação de presença” que em inglês corresponde à sigla FoP.
Foram realizadas múltiplas investigações sobre este tema e sabe-se que acontece em pacientes psiquiátricos e neurológicos, embora se desconheça a origem exacta da alteração. Também se constatou que as pessoas saudáveis as têm durante períodos de esgotamento físico, que foi o caso dos alpinistas anteriormente descrito.
Foram feitas várias experiências em que interveio um sistema robótico que criou conflitos sensório-motores que induziram “sensações de presença” (FoP) nos voluntários. Apesar de não se saber como é desencadeado exactamente o fenómeno, sabe-se que afecta a zona temporoparietal, insular e especialmente a frontoparietal.
É o nosso próprio cérebro o responsável por esta “sensação de presença” ou que há um fantasma quando realmente não há nada, nem ninguém. São apenas más interpretações do nosso cérebro em relação a estímulos do nosso corpo, mas que atribuímos a algo externo.
Estas investigações não são banais porque os cientistas esperam que sirvam de ajuda para avançar mais na compreensão do funcionamento cerebral que provoca as alucinações de que sofrem, por exemplo, as pessoas afectadas por esquizofrenia.