cadeia trófica

Em que posição estão os humanos na cadeia alimentar?

cadeia tróficaSe pensas que o ser humano tem tanto domínio sobre a natureza que está no lugar mais alto da cadeia alimentar, então tenho que te dizer que estás muito longe da realidade.

Neste artigo vamos conhecer um pouco mais sobre a cadeia alimentar e em que posição estão os seres humanos. Preparado para ficares surpreendido?

Certamente que já viste “O Rei Leão” da Disney e talvez te lembres do discurso de Mufasa, o pai do Simba, sobre o ciclo da vida. Segundo as leis deste ciclo, enquanto uns animais comem erva, outros alimentam-se destes e quando os segundos morrem acabam por servir de alimento às plantas das quais os primeiros obtêm de novo energia. Toda esta explicação (simplificado) era no sentido de fazer entender Simba sobre a forma de funcionamento da cadeia alimentar. Vamos conhecê-la melhor!

 

O que é a cadeia alimentar?

A cadeia alimentar, também chamada de cadeia trófica, estabelece as relações alimentares entre os seres vivos. Ou seja, qual o animal que come outro animal. Atendendo a esta lógica, os seres vivos que habitam o planeta podem dividir-se em diferentes níveis.

Vamos descobrir quais são e onde estaria, por exemplo, um leão como Mufasa ou Simba!

cadeia alimentar

Níveis da cadeia alimentar

Como te dizemos dependendo de qual é a fonte de energia, da alimentação, cada criatura pertence a um determinado grupo dentro da cadeia alimentar. Podemos dizer que há cinco níveis:

 

Produtores

Neste primeiro nível encontram-se os organismos como as plantas e as algas que produzem a sua própria energia através da fotossíntese. Essa energia vai passar posteriormente para outro ser vivo de um nível superior na cadeia alimentar.

 

Consumidores primários

São basicamente os herbívoros, ou seja, aqueles animais ou insectos que se alimentam exclusivamente de plantas. Neste nível encontramos as vacas, os coelhos ou mesmo as borboletas.

 

Consumidores secundários

São aqueles animais que se alimentam dos consumidores primários. Ou seja, são carnívoros como por exemplo os gatos (embora o gato doméstico inclua alguns vegetais na sua dieta) ou as raposas, cuja alimentação se baseia fundamentalmente em animais herbívoros.

Há que referir ainda que neste nível também entram os animais omnívoros, dentro dos quais cabem os porcos, algumas espécies de piranhas e naturalmente os seres humanos.

 

Consumidores terciários (Predadores)

Neste nível estão os carnívoros que por sua vez comem outros animais carnívoros, herbívoros e omnívoros, como por exemplo as hienas.

Neste nível podemos acrescentar também o leão, apesar de não ser comum, pois já foram vistos a caçar e devorar, por exemplo, hienas.

São os animais que se encontram no lugar mais alto da cadeia alimentar e que já não são ameaçados por nenhum outro predador. Neste nível encontramos também as aves de rapina, os ursos polares, os tigres, as orcas e os tubarões, entre muitos outros.

superpredadores

Decompositores

Há que dizer que este nível nem sempre é incluído na cadeia trófica, mas é interessante mencioná-lo para confirmar que todo este processo é uma cadeia, e que há sempre um recomeço.

Os decompositores são aqueles organismos, tais como os fungos ou as bactérias, que se alimentam da matéria morta e restos de seres vivos, decompondo-a e libertando nutrientes que serão utilizados depois pelos produtores.

O nível trófico é pois, “o número de intermediários entre os produtores e os principais predadores“, explica o Instituto Francês de Investigação para a Exploração do Mar (IFREMER).

 

Em que posição estão então os seres humanos na cadeia alimentar ou cadeia trófica?

No ano de 2013 o IFEMER utilizou dados de “teoria ecológica, demografia e sócio-economia para calcular o nível trófico humano“. A resposta deste estudo foi contundente: estamos muito longe dos primeiros lugares da fila.

Numa escala de 1 a 5, os humanos têm um nível trófico de aproximadamente 2’21, um dado que foi baseado na nossa dieta. Tendo em conta que o nível 1 corresponde aos produtores e o 5 aos superpredadores, poder-se-ia dizer que estamos mais próximos de uma sardinha ou uma borboleta do que de um tubarão, o grande predador aquático. Com efeito, temos um nível trófico muito próximo ao do porco ou de uma anchova.

seres humanosObviamente que o nível trófico humano varia segundo a região, pois cada país tem uma dieta distinta, com mais ou menos carne e peixe. Segundo o estudo, o Burundi obteve a pontuação mais baixa com 2,04, pois neste país africano domina uma dieta baseada em plantas. Por outro lado, a máxima pontuação foi obtida pela Islândia com um nível de 2,54. Pelos vistos, os islandeses são os seres humanos mais carnívoros do planeta porque comem muito peixe.

Apesar de tudo, para infelicidade de vegetarianos e vegans, a tendência dos últimos anos é que o nível trófico humano suba ligeiramente a nível mundial. Segundo estimativas do estudo, passou-se de um valor de 2,15 no ano de 1961 para 2,21 em 2013, ou seja mais 3%. Os investigadores alertaram que estas mudanças na alimentação poderão representar um risco para “a duração da exploração dos recursos naturais”, já que cada passo para um nível trófico superior implica a perda de 90% da energia. Sylvain Bonhommeau, autor principal do estudo, refere mesmo que “o impacto do homem sobre o ecossistema é muito maior do que a sua alimentação”.

vegetarianoPara realizar os cálculos deste estudo, os investigadores recorreram aos dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) sobre o consumo humano entre os anos de 1961 e 2009.

O que achaste sobre a nossa posição na cadeia alimentar? Também pensavas que estávamos num nível superior?

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