Foi apenas durante a Idade Média na Europa que o estatuto do gato preto mudou, pois começou a ser associado às bruxas e à feitiçaria. A histeria colectiva contra as bruxas e a prática de magia negra espalhava-se um pouco por toda a Europa. Com efeito, muitas idosas solitárias que cuidavam e alimentavam de gatos vadios eram frequentemente acusadas de bruxaria.
Toda essa loucura contra os gatos pretos entrou no campo do folclore popular no ano de 1560, quando um pai e o seu filho caminhavam durante uma noite sem lua em Lincolnshire (Inglaterra), e um gato preto cruzou o seu caminho para se esconder junto de um muro. Eles começaram a atirar-lhe pedras até que a criatura, indefesa e ferida, correu a refugiar-se na casa de uma mulher, que nessa altura era suspeita de ser bruxa.
No dia seguinte, pai e filho encontraram a mulher e viram que ela coxeava e tinha nódoas negras, tendo automaticamente deduzido que se tratava de algo mais que uma simples coincidência. Desde esse dia em Lincolnshire que muitos acreditam que as bruxas tomam a forma de gatos pretos durante a noite.
Por tudo isto, um animal que era anteriormente venerado transformou-se num símbolo de maus presságios em muitos locais do mundo.