O cabelo ruivo é uma característica genética recessiva, ou seja, apenas se manifesta quando o gene está presente em ambos os pais, o que poderá explicar a razão pela qual apenas 4% das pessoas são ruivas. Para entender de onde vem esta peculiar e apelativa qualidade, primeiro é preciso conhecer os dois tipos de melanina que existem, e como influenciam a cor do cabelo e também da pele.
Por um lado temos a eumelanina, a mais comum e que proporciona à nossa pele uma boa protecção contra os raios ultravioletas (UVA), conseguindo dissipar até 99,9% destes raios, evitando maiores danos na pele e também no ADN. Quanto maior for a quantidade de eumelanina na pele, mais fácil será para nos bronzearmos de forma uniforme e ter o corpo protegido de maiores danos devido ao Sol.
Por outro lado temos a feomelanina, muito menos eficaz na protecção contra os raios UVA e que não está distribuída pela pele de forma uniforme, uma vez que está concentrada em certas zonas formando as conhecidas sardas.
A eumelanina tem tido um papel importante na evolução dos seres humanos e parte fundamental do nosso corpo. Foi há aproximadamente 50.000 anos que ocorreu uma mutação do gene MC1R que apenas permitiu criar feomelanina, pelo que podemos dizer que terá sido aqui que apareceram os primeiros seres humanos com uma certa coloração arruivada. Outra alteração no mesmo gene levou alguns indivíduos a produzir menores quantidades de eumelanina, tendo aparecido então os primeiros seres humanos ruivos.