É conhecido como Pangeia o super-continente de onde se separaram os continentes actuais há aproximadamente 200 milhões de anos. Este super-continente formou-se entre finais do Paleozóico e inícios do Mesozóico há uns 300 milhões de anos quando todos os continentes existentes até essa altura se juntaram num único.
No entanto, Pangeia não foi o único super-continente que existiu na Terra, até porque esta já existe há mais de 4.600 milhões de anos. A sua importância está no facto de ter sido o último dos grandes super-continentes antes da formação continental actual.
Como era Pangeia?
Alfred Wegener, o inspirador da teoria da deriva continental, foi quem deu nome aquela grande superfície de terra. O nome é formado pela conjunção dos termos gregos “pan” (todos) e “gea” (terra).
A sua origem, depois de várias fragmentações e uniões terrestres, terá derivado de outro grande super-continente, Rodínia, que existiu durante o período Proterozóico, há 1.100 milhões de anos. Este foi o grande super-continente de onde saíram outros subcontinentes menores. Após as primeiras fragmentações, foram aparecendo outros continentes como Panótia, Gondwana ou Proto-Laurásia, as derivas continentais que fizeram com que durante o período do Pérmico a placa Cimeriana se isolasse de Gondwana e se unisse à Laurásia, formando os mares de Tétis e Paleo-Tétis.
Pangeia manteve-se formada até inícios do Mesozóico; uma grande massa de terra com forma de “C” que deixou no seu interior o mar de Paleo-Tétis (com o Tétis na sua parte mais meridional) e o Oceano de Pantalassa a rodeá-lo na totalidade.
A desintegração de Pangeia
A separação do super-continente ocorreu em três fases:
- Até metade do período Jurássico uma enorme fenda abriu-se de este para oeste, desde o Mar de Tétis até ao que hoje é o Oceano Pacífico. O deslocamento continental separou as actuais América do Norte e África. Com a separação, formou-se um oceano, o Atlântico, enquanto no outro lado o subcontinente da Laurásia derivou para a direita fechando o Mar de Tétis.
- Em inícios do Cretácio (há 150 milhões de anos) Gondwana dividiu-se em outros quatro continentes menores: África, América do Sul, Índia e Austrália. A fragmentação entre a
América do Sul e África deu lugar ao Atlântico Sul, enquanto a separação entre Madagáscar e a Índia originou o oceano Índico. Finalmente, da Austrália saíram em direcção a este outras ilhas menores: a Nova Zelândia e a Nova Caledónia, deixando entre todas estas ilhas o Mar de Coral e o Mar da Tasmânia.
- Em início do período Cenozóico, a América do Norte acabou por se separar da Eurásia pelo norte, dando lugar ao Mar da Noruega há 60 milhões de anos. A placa Australiana derivou para norte até se separar da Antárctida, enquanto a Índia acabou por fechar o mar de Tétis ao chocar com a Ásia, cuja formação mais visível é a cordilheira dos Himalaias, produto desta colisão.
Pangeia Última
De acordo com a teoria da deriva continental todos os continentes actuais permanecem em movimento contínuo:
- A Austrália continua a mover-se em direcção à Ásia.
- A Índia ainda continua a empurrar o continente asiático para Norte.
- A África está a mover-se em direcção à Europa.
- A América do Sul está a separar-se cada vez mais da Antárctida em direcção à América do Norte.
Sobre um plano pode ver-se que a longo prazo o movimento de todos eles é de compressão. Segundo a teoria de Christopher Scotese estamos em vias de formação de um novo super-continente, “Pangeia Última” ou “Neopangeia”, o qual se prevê ficar formado dentro de 250 milhões de anos.
A previsão aponta para que a maioria dos continentes vá chocar com a Eurásia, fechando de novo o Atlântico e o Índico. A América do Norte voltará a unir-se a África, a América do Sul envolverá o continente africano pelo sul e o seu extremo, a Patagónia, fundir-se-á com o que hoje é a Indonésia, num processo de compressão continental, onde finalmente o Pacífico acabará por envolver todo este novo super-continente.