Óscar, é um gato que perdeu os dois membros anteriores num acidente com uma ceifadeira, mas que felizmente através de uma operação foram-lhe implantadas próteses ligadas ao corpo através de “pinos” ao redor dos quais a equipa de médicos veterinários conseguiu fazer crescer ossos e pele.
A operação foi realizada pelo cirurgião veterinário Noel Fitzpatrick, que tem um consultório em Surrey, nas proximidades de Londres.
Os membros artificiais foram desenvolvidos por uma equipa de engenharia biomédica da University College of London sob orientação do professor Gordon Blunn.
“A verdadeira revolução com o Oscar é termos conseguido colocar um pedaço de metal numa rosca na qual a pele cresce e se torna um osso extremamente resistente”, disse o professor Blunn no documentário ~”The Bionic Vet” – O Veterinário Biónico, em tradução livre –, que a BBC fez sobre a operação.
“Conseguimos fazer com que o osso e a pele cresçam dentro do implante e desenvolvemos uma “exoprótese” que permite que esse implante gire e se movimente na extremidade do membro do animal, para dar-lhe balanço normal.”
A técnica serve como substituto à colocação de próteses fixadas ao corpo através de meias. O lado negativo deste tipo de técnica, disse o professor Blunn, é que muito frequentemente a pressão e a fricção entre o corpo e o membro artificial geram feridas.
A colocação das patas no Óscar serve de experiência com o que os médicos chamam de próteses de amputação intraósseas transcutâneas (Itaps, na sua sigla em inglês), que utilizam conhecimentos de engenharia mecânica e biologia.
Este tipo de tecnologia já está a ser testada em seres humanos, incluindo o caso de uma mulher que perdeu um braço nos atentados à bomba no sistema de transporte de Londres em Julho de 2005.
Para Blunn, o sucesso da operação de Óscar mostra o potencial deste tipo de tecnologia.
“Noel (o veterinário) tem ideias brilhantes. E continuamos a trabalhar juntos para desenvolver novas tecnologias.”