Segundo um estudo da Universidade de Western Sydney, chefiado por Ricky-John Spencer, as tartarugas, ainda na etapa embrionária e como boas irmãs que são, fazem um esforço prematuro e sincronizam os respectivos relógios vitais.
Não existem situações similares a este formidável fenómeno da natureza. Foi esta a conclusão a que chegou Spencer após estudar durante três anos uma espécie concreta de tartaruga: a Emydura macquarii, originaria da região sudeste da Austrália. Reuniu dezenas de ovos deste animal e dividiu-os em dois grupos. O primeiro grupo foi incubado a 25º centigrados e o outro a 30º.
Após o período de incubação, Spencer voltou a misturar todos os ovos e qual foi a sua surpresa ao verificar que as pequenas tartarugas rompiam todas a casca ao mesmo tempo. Para comprovar se a diferença de temperatura tinha tido algo a ver com o assunto, repetiu a experiência, submetendo todos os ovos a 26º. Uma vez mais, todas as tartarugas nasceram ao mesmo tempo.
Actualmente pensa-se que a origem desta comunicação pré-natal poderá estar relacionada com as emissões embrionárias de dióxido de carbono, as quais poderiam modificar os níveis de oxigénio no meio envolvente e desta forma manipular a secreção de hormonas da tiróide, a responsável pelo desenvolvimento dos embriões. Deste modo, as tartarugas mais desenvolvidas aumentariam as suas emissões de dióxido de carbono e reduziriam o oxigénio, facilitando o crescimento dos outros embriões. Sem dúvida, um acto de protecção fraternal sem paralelo.
Como podemos ver, ainda existem imensas coisas sobre os animais e a natureza que desconhecemos e que ainda nos continuam a maravilhar.