celestial

O que é um “Celestial”?

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Nos tempos antigos acreditava-se que os reis, imperadores e todas aquelas pessoas com um dom especial vinham diretamente do céu (eram enviados pelos deuses, como era o caso dos anjos), por isso foi cunhado um termo para se referir a eles.
É o termo “celestial”, uma forma que os autores clássicos gostavam de utilizar para se referirem de forma poética àqueles que vinham do céu ou eram celestiais.
Celeste vem do latim “caelestis”, e/ou “coelestis”, que se pode traduzir como «relativo ao céu». Celestial também tem a mesma origem latina: ‘celeste + i + al’, cuja evolução até aos nossos dias chegou a assumir a forma ‘celestriaes’ (séc. XIV) e ‘çelitreall’ e ‘selestryaes’ (séc. XV).’
Vale a pena notar que a crença na origem celestial dos reis e imperadores foi também o que deu origem ao mito de que eles tinham sangue azul. Tal como o famoso linguista romeno Eugen Coșeriu explicou há várias décadas, os humanistas cometeram um erro ao interpretar textos do historiador latino em que se referia aos imperadores e reis do seu tempo utilizando a expressão “sangue caelesti (ortam)” (“nascido do sangue celestial”), porque aludia à origem divina e celestial desses descendentes e da mesma linhagem de Gaio Octavius Turim, mais conhecido como “Augusto” (o primeiro imperador romano que foi “divinizado”).
Foi precisamente este termo “calaesti” (celestial) que levou à confusão no século XVII sendo transformado de um dia para o outro em “celeste” (azul-claro, cujo nome provém precisamente disso: a cor do céu). Não demorou muito tempo até que o termo “sangue celeste” se espalhasse em português em vez de “sangue celestial”, de modo que ao longo dos anos esta referência ao celeste ficou conhecida como azul e, a partir daí, ao termo “sangue azul”.
O uso popular desta nova locução, ajudado por interpretações confusas da mesma que variaram ao longo do tempo devido à transmissão oral de uma geração para a seguinte, foi o que fez a explicação errada do sangue azul dos membros das famílias reais e da cor das suas veias devido a não apanharem tanto sol como hoje em dia, em vez de aludir à proveniência divina e celestial, tal como originalmente explicada por Cornelius Tacitus na sua obra ‘Abessu divi Augusti Historiarum Libri’ (Livros de Histórias desde a Morte do Divino Augusto), que incluía em cerca de trinta livros a história geracional desde Augusto (século I a.C.) até Titus Flavianus no primeiro século a.C.). BC) a Titus Flavius Domitianus (século I d.C.).
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