Ao longo da história ocorreram numerosos eventos astronómicos que marcaram a história do nosso planeta. No entanto, nos tempos mais recentes, poucos eventos terão causado tanto impacto e atraído tanto a atenção de cientistas e aficionados como a misteriosa queda do “bólide de Tunguska” em inícios de século XX. É sobre este acontecimento histórico que vamos hoje falar.
O impacto do bólide misterioso
No dia 30 de Junho de 1908, por volta das 7 horas da manhã, os habitantes de uma parte da imensa região da Sibéria, no norte da Rússia, sentiram uma enorme explosão que sacudiu o solo e produziu uma luz ofuscante. A magnitude da mesma foi de tal ordem que as suas vibrações foram sentidas num raio de mil quilómetros de distância, e a 60 quilómetros do local as pessoas foram lançadas violentamente ao chão devido a uma forte onda expansiva, que foi seguida por uma coluna de fumo com vários quilómetros de altura.
A explosão, que posteriormente seria localizada numa desolada zona próxima do rio Tunguska Podkamennaya, teve uma potência estimada mil superior à bomba atómica lançada em Hiroxima. Este evento derrubou cerca de 80 milhões de árvores num raio de 830 quilómetros quadrados em todas as direcções e provocou uma nuvem de cinzas que cobriu grande parte de Europa.
O que caiu afinal em Tunguska?
A investigação científica para determinar o que caiu na Sibéria só foi possível de realizar vários anos depois do acontecimento devido à complexidade política da Rússia naquela época e devido ao impacto ter ocorrido num local extremamente remoto. A primeira expedição à região só foi realizada 12 anos depois do evento, já no ano de 1920.
Por se tratar supostamente de um meteorito, os cientistas esperavam encontrar uma enorme cratera no local e numerosos fragmentos de rochas dispersos pela floresta. No entanto, a surpresa foi grande por não terem encontrado nada disso, mas sim uma paisagem dantesca e totalmente arrasada.
Isto deu origem a um intenso debate científico e surgiram imensas teorias para explicar o sucedido, tendo chegado a haver cerca de trinta teorias relativamente credíveis. A que se julga ser a mais provável até ao momento para explicar este estranho acontecimento é que o bólide, tal como é designado de forma neutra esse corpo estranho, é que se terá tratado de um meteorito ou de um cometa que entrou na atmosfera terrestre e explodiu alguns quilómetros acima do solo siberiano.
Nesse momento pensa-se que o mesmo seria composto de gelo, o que poderia explicar a ausência de restos rochosos em toda a área. Mais recentemente, os investigadores encontraram pequenas partículas depositadas sobre as árvores da região que coincidem com a composição química de certos meteoritos, pelo que concluíram que devido à imensa velocidade do choque contra a atmosfera, o bólide deveria ser um corpo rochoso que explodiu e pulverizou-se totalmente antes de chegar ao solo. Não obstante, esta explicação não satisfaz ainda toda a comunidade científica.
O facto de nunca se ter descoberto o agente causador de tão descomunal explosão deu origem a numerosas teorias da conspiração sem nenhuma base científica, algumas delas bastante disparatadas. Entre elas está a possível queda e explosão de uma nave espacial, um violento escape de gases do interior da Terra, tendo até mesmo chegado a especular-se que pode ter sido causada por experiências científicas atribuídas a Nikola Tesla.
Mas especulações à parte, a queda do bólide de Tunguska continua a ser um dos acontecimentos mais misteriosos da história da ciência, não havendo ainda conclusões definitivas sobre o que terá acontecido realmente.
Conhecias esta história curiosa do bólide de Tunguska? O que achas que terá acontecido?
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