Muitas vezes temos visto nos meios de comunicação social imagens de mulheres pertencentes a culturas indígenas com os peitos a descoberto. Porquê? Pois bem, isto responde a um motivo cultural: estes povos acreditam que assim se liberta o mau-olhado através do leite do lactante. Mas se não for possível alimentar a criança com o leite materno, como fazer então? Hoje em dia temos uma ampla gama de modelos de biberões para escolher, mas os nossos antepassados não tiveram a vida assim tão facilitada.
Os biberões primitivos eram uma espécie de pequenas garrafas com as quais se humedecia os lábios do recém-nascido. Em alguns museus é possível encontrar exemplares datados de alguns séculos antes de Cristo: são peças em cerâmica que imitam a forma do peito materno e que apresentam dois orifícios (um para o peito da mãe e outro para a boca do bebé). Já na Roma antiga usavam pequenos recipientes semelhantes ao descrito anteriormente, onde era depositada a quantidade de leite suficiente para alimentar a criança durante um dia.
Os biberões da Idade Media eram efectivamente pequenos recipientes de argila que pendiam do pescoço do lactante. Dentro destes pequenos recipientes vertia-se o leite juntamente com licor de açúcar. No século XVI, Henrique II da França fundou a fábrica de Saint Porchaire, onde se fabricavam biberões que pela sua qualidade bem podiam ser considerados obras de arte. Estamos a falar de peças em porcelana fina decoradas com todo o tipo de filigranas. No Museu do Louvre em Paris é possível ver uma destas peças.
Nos séculos XVI e XVIII usavam-se biberões de esponja ou em couro, embora o mais popular de todos fosse o de úbere de vaca. Com o modelo Darbet passamos a falar já de biberões mais sofisticados, pois estes eram garrafas de cristal com tetinas em borracha. O uso dos biberões de borracha (juntamente com as chupetas) já vem desde o século XIX.