O termo nomofobia provém da conjunção de “no-mobile-phone phobia”, que se pode traduzir como fobia ou medo de não ter telemóvel, e num momento em que cerca de 96% da população (em Portugal) tem um ou vários destes aparelhos (estima-se que pelo menos uma quarta parte tem dois ou até três aparelhos), é normal que surjam novas inquietudes, as quais podem mesmo tornar-se verdadeiros problemas de saúde. Esta palavra foi proposta pelo Instituto de Demoscopia britânico YouGov durante um estudo sobre a ansiedade nos usuários destes aparelhos.
Com tantas possibilidades como as que são oferecidas por um telefone móvel actualmente, é compreensível que o usemos enquanto esperamos o autocarro ou enquanto esperamos a vez nalguma fila, mas os problemas das pessoas afectadas pela nomofobia vão muito para além disso. Os sintomas de isolamento digital passam pela irritabilidade, sensação de isolamento e solidão (mesmo quando se está rodeado por muitas pessoas), falta de concentração, e naturalmente, ansiedade quando existe a impossibilidade de saber a cada momento o que está a acontecer nas redes sociais. E não é de estranhar que isto suceda, uma vez que uma pessoa consulta em média 34 vezes o seu telemóvel durante o dia.
O tratamento para os afectados por nomofobia inclui o controlo de estímulos e uma disciplina férrea para se poder livrar de tais dependências. É curioso pensar que há apenas 20 anos atrás ninguém tinha estes aparelhos e o mundo funcionava sem problemas, e que actualmente basta passar um dia sem telemóvel para se pensar que o mundo vai acabar.