A leptina é uma espécie de sensor de alimentos que está encarregue do controlo do apetite e de dizer ao cérebro que “já basta” quando se tem energia suficiente.
O seu estudo é muito importante para tratar doenças como a obesidade e a diabetes, sendo até agora utilizados ratos de laboratório para a sua análise, uma vez que se trata de uma hormona exclusiva dos animais vertebrados.
Agora, um grupo de investigadores da Escola Médica de Harvard (EUA) encontrou uma substancia homóloga na mosca da fruta: chama-se Upd2 e devido ao facto das moscas serem animais fáceis de estudar em laboratório, poderão graças a esta descoberta revelar novos segredos sobre a hormona da obesidade.
Os investigadores obtiveram moscas geneticamente modificadas que tinham carência de proteína Upd2 e observaram que estes animais se comportavam metabolicamente como se tivessem fome constante, indicando que a dita proteína actua de forma semelhante à hormona humana.
Depois, foi inserido nas moscas o gene da leptina dos humanos, e verificou-se que o problema desaparecia e as moscas comportavam-se de forma normal, obedecendo aos instintos primários de alimentação e satisfação.
“O funcionamento da leptina é muito complexo”, explicou Akhila Rajan, um dos autores do trabalho, que foi publicado na revista Cell.
“Este tipo de hormonas adquire um funcionamento mais complicado à medida que vão evoluindo. Aqui, na mosca, a leptina está na sua forma mais primitiva”, disse ainda o cientista.
