Embora todos nós tenhamos na memória a imagem de uma criança rechonchuda com o seu arco e flechas, criando e destruindo amores, a verdade é que Cupido também viveu o seu próprio idílio.
A história de amor entre Psique e Cupido foi relatada por Lúcio Apuleio no seu romance Metamorphoseon Libri XI (Onze livros de metamorfose), mais conhecido como “O asno de ouro”.
Conta a lenda que a deusa Vénus, mãe de Cupido, estava com ciúmes em relação a uma mulher mortal chamada Psique e conhecida pela sua grande beleza. Foi por essa razão que Vénus encarregou o travesso Cupido da missão de fazer Psique apaixonar-se loucamente por algum homem de baixa condição. O problema foi quando Cupido viu Psique, tendo sido ele a apaixonar-se perdidamente por ela, tendo-a tomado como esposa ao contrário da tarefa de que tinha sido incumbido pela sua mãe, Vénus.
Instalou Psique no seu palácio e visitava-a todas as noites, às escondidas, para que ela não descobrisse a sua identidade divina. Mas, as irmãs de Psique, ciumentas com a sua sorte e com as riquezas do marido, convenceram-na de que Cupido era uma terrível serpente e que ela o devia matar.
Uma noite, quando Psique iluminou o corpo do marido com a intenção de o matar, descobriu que afinal este era o deus Cupido e não foi capaz de lhe fazer qualquer mal. No entanto, Cupido arrependeu-se de não ter seguido as ordens da mãe e acaba por fugir. Começa então a longa peregrinação de Psique, que percorreu o céu e a terra em busca do seu Cupido. No céu encontra Vénus, que a fez passar por duras provas, com a intenção de ver Psique desesperar ou morrer no esforço. Mas ela não se rendeu, e como recompensa pode finalmente casar-se com Cupido no conselho dos deuses.