A Terra em Marte

Sabe cumprimentar bem quando viaja para o estrangeiro?

cumprimentarAs viagens ao estrangeiro são cada vez mais frequentes e acessíveis. A vontade de aprender, conhecer e descobrir o que outros países nos podem oferecer, leva-nos a procurar destinos para além das nossas fronteiras e dos nossos costumes.

Apesar de em Inglaterra, França ou Espanha (apenas para referir alguns dos países mais visitados por portugueses) os usos e costumes serem bastante parecidos aos nossos, existem muitos países pelo mundo onde o cumprimento não é feito simplesmente com um aperto de mão…

Se estiver a planear uma viagem para fora e quiser seguir a etiqueta desse país, então não perca o resto deste artigo!

 

Na Europa beija-se mais

Para começar, nos países europeus existem algumas diferenças nos cumprimentos. Por exemplo em Itália os homens dão dois beijos para se cumprimentarem. Em Portugal a maioria dos homens costuma dar o tradicional aperto de mão, mas em Itália e em certos países balcânicos, os homens não têm quaisquer problemas, nem complexos em se beijarem.

Por outro lado, na Bélgica, na Holanda, na Suíça e na Alemanha, em vez de dois beijos para cumprimentar, é costume dar-se três. É algo que pode parecer estranho e até mesmo custar inicialmente, mas com alguma habituação acaba por sair naturalmente.

Um pouco mais longe, na Rússia, pode encontrar zonas onde ainda vão mais longe, alargando o cumprimento a, até seis beijos. Não se preocupe se está a pensar que vai perder a conta, porque os locais saberão guiá-lo bem.

E também não estranhe se encontrar alguém em algum lugar mais remoto com hábitos tradicionais, e que lhe dê um beijo na boca. É um costume antigo e tradicional de certas zonas, mas pode-se dar o caso se viajar para locais mais recônditos.

 

América do Sul

Nos países da América do Sul os costumes não são muito diferentes dos portugueses. A diferença maior é que, em vez de dois beijos, costumam dar apenas um, o que pode deixá-lo a meio de uma saudação na primeira vez que for apresentado a alguém.

Entre homens, o mais habitual é dar um aperto de mão, ou, se houver confiança, um abraço.

 

Na Asia não há tanta proximidade

Noutros continentes, os cumprimentos são muito diferentes. Há países orientais onde o contacto físico directo é considerado demasiado violento.

No Japão ou na Coreia, é costume fazer uma reverência, tanto ao saudar-se como ao despedir-se. Estas reverências são mais inclinadas ou mais prolongadas quanto mais apreço e respeito existir entre as pessoas. Se quiser mostrar que sente uma verdadeira devoção por alguém, então deve seguir também esta regra. Da mesma forma, se verificar que alguém prolonga muito a sua reverência para consigo, então é porque o aprecia verdadeiramente.

É de bom-tom evitar os apertos de mão efusivos, os abraços e os beijos, sobretudo em público, porque nestas culturas costuma haver bastante pudor.

Algo semelhante acontece na China, embora aqui os costumes ocidentais estejam mais assimilados, sobretudo nas grandes cidades e entre as pessoas mais jovens. De qualquer forma, nos meios mais rurais e tradicionais, ou com pessoas mais idosas, é sempre conveniente inclinar-se levemente em sinal de respeito.

Na India, por outro lado, a saudação mais habitual é juntar as palmas da mão à altura do queixo, enquanto se faz uma ligeira inclinação. Uma saudação ou despedida semelhante é feita noutros países da Asia, como por exemplo a Tailândia, Laos ou Camboja. A mesma saudação pode ser encontrada também em determinadas zonas da Malásia e do Brunei.

Mas o prémio para a saudação mais estranha vai provavelmente para o Tibete. Ali, há uma saudação tradicional que consiste em mostrar a língua ao próximo, porque antigamente servia para mostrar que não se era a reencarnação de um rei malvado, de que se dizia ter a língua negra.

Na Nova Zelândia, as tribos maoris saúdam-se esfregando o nariz e respirando em frente ao próximo. Este gesto, parecido com o cumprimento dos esquimós, era uma forma de assimilar alguém estranho na tribo. Este é também o gesto feito pelos noivos, que o fazem em vez de se beijarem na boca. Se alguma vez se encontrar nesta situação (o que não será provável) não se assuste, é um gesto de verdadeiro apreço e amizade para com os forasteiros.

Em África os cumprimentos são muito diferentes entre as várias regiões

Os cumprimentos mais variados e surpreendentes podem ser encontrados em África. É verdade que este continente é enorme e o número de culturas e povos imenso, pelo que não podemos dizer que existe um cumprimento ou uma tendência comum entre os diferentes países e regiões.

Por exemplo, nas zonas do Mediterrâneo, como por exemplo Marrocos ou Tunísia, o contacto físico é comum, principalmente entre pessoas do mesmo sexo. A efusividade é muito maior do que em Portugal, pelo que os apertos de mão são sempre fortes e prolongados. E não estranhe se alguém, ao saudá-lo, lhe agarrar o braço ou colocar a mão no ombro. Para eles, é uma forma de mostrar proximidade, pelo que também gostam que lhes seja devolvido o gesto. Para além disso, entre pessoas próximas, a saudação é acompanhada por grandes risos e gargalhadas, o que nos pode parecer exagerado, mas para eles é sinal de alegria por se encontrarem com alguém de que gostam.

Os costumes mudam quando viajamos para outros países mais a sul. No Mali, por exemplo, é dada muita importância ao cumprimento, mesmo que não seja uma pessoa conhecida. É mesmo considerado má educação fazer um simples gesto como por vezes fazemos quando não temos tempo ou conhecemos mal a pessoa. Saiba que é perfeitamente normal (mais ainda sendo estrangeiro) que um maliano lhe dedique cinco, ou mesmo dez minutos, apenas para o cumprimentar. Deve ter alguma paciência, pois caso contrário, poderá passar por alguém mal-educado.

Também pode chamar a atenção os cumprimentos no Quénia, pois embora as saudações não sejam tão prolongadas como no Mali, é normal cumprimentar todas as pessoas (conhecidas ou não).

Mas, de entre todos os cumprimentos, talvez o mais extravagante aos nossos olhos seja a da tribo dos Ngá, no norte do Malawi. Ali, os homens costumam sacudir brevemente as suas partes íntimas com as do próximo, e as mulheres apalpam os seios. Felizmente que deverá ser complicado ver-se numa situação assim comprometedora, embora tudo dependa da coragem de explorar de cada viajante.

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