Maquilhagem, champôs, perfumes… Embora nos pareça ser algo característico da sociedade do século XXI, regida pela moda, a verdade é que a cosmética já tem mais de cinco mil anos de antiguidade. Isto acontece devido à necessidade do ser humano parecer mais atractivo, uma característica que nos acompanha desde o início dos tempos.
Os primeiros cosméticos eram bastante rudimentares: o ser humano primitivo cobria-se com cinza, sangue, etc., para adornar o corpo. Mas olhando para as origens da cosmética tal e qual a conhecemos actualmente, é preciso viajar ao tempo do antigo Egipto.
Os egípcios, que já mostraram em inúmeras ocasiões serem muito avançados para a sua época, já usavam cremes faciais, sombras para os olhos… E até mesmo rímel. Assim, para obterem as cores dos materiais que usavam, recorriam a misturas de diversos minerais em pó, como por exemplo, o óxido de ferro (de que obtinham a cor vermelha) ou a malaquita (usada para conseguir a cor verde).
Estas informações fundamentam-se nas narrativas de Heródoto, mas também pela observação dos restos mortuários das múmias e de toda a parafernália que as rodeava. Segundo alguns estudos mais recentes, tanto os homens como as mulheres egípcias usavam produtos à base de pigmentos vermelhos sobre a face e os lábios e, já então, tratavam até mesmo das sobrancelhas e pintavam o cabelo. Também usavam óleos perfumados para manter uma pele radiosa e suave.
Sem ir mais longe, a incomparável Cleópatra tomava banhos em leite de burra para manter uma pele lisa e sedosa. Com efeito, existem evidências históricas de equipamentos funerários com artigos para fins cosméticos, como o azeite de oliveira ou o óleo de amêndoas.
Em relação ao sabão, os antigos egípcios usavam-no em banhos rituais, nos quais se adicionava cinzas de origem vegetal à água.
Torna-se curioso saber que naqueles tempos o barbear e a depilação já estavam na ordem do dia: inúmeros escritos (papiros) revelam receitas e truques post-depilatórios. Como desodorizantes, por exemplo, usava-se bolas de incenso, com as quais se esfregava o corpo para neutralizar os maus odores produzidos pela sudação.
Se falarmos de cosmética decorativa, o que actualmente é conhecido simplesmente como maquilhagem, será talvez conveniente esclarecer que era usada não apenas por razões estéticas, mas também por razões rituais e ainda como amuleto de protecção. Assim, nos monumentos funerários foram encontrados sombras para os olhos e mesmo utensílios para arranjar as sobrancelhas.
Os precedentes dos corantes modernos estão no uso da henna, com a qual era possível dar uma cor com um tom vermelho brilhante ao cabelo. Não esqueçamos ainda o facto de já há cinco mil anos atrás, os antigos egípcios terem desenvolvido também tratamentos contra a caspa.