Protagonistas de lendas, historias, ou filmes, em torno da figura do samurai foram sendo forjadas e consolidadas certas ideias, algumas mais correctas do que outras. Valentes como poucos, fortes que nem um animal feroz, sagazes como linces, estes guerreiros de elite dominaram o Japão no período entre os séculos XII e XIX.
A armadura dos samurais (”yarai”) era o seu cartão-de-visita. Através desta complexa vestimenta defensiva, mostravam o seu estatuto. Esta vistosa armadura era composta por:
- Um elmo reforçado (kabuto), que tinha várias placas de ferro lacado e abundantes ornamentos e enfeitos diversos. Tinha ainda protecções na nuca e na parte frontal da cabeça.
- Um escudo de armas, formado por três pequenas esferas sobre um fundo de escamas. Fazem referência ao escudo da família do samurai, emblema que também aparece representado no elmo e no peito.
- Uma armadura à prova de flechas (”do”), destinada a cobrir a parte central do corpo. Fabricada em ferro lacado, as placas de blindagem eram enlaçadas com correias de couro e seda. No caso dos arqueiros era reforçada com uma cobertura em pele decorada.
- Um saiote (”hanedate”) formado por quatro placas largas que serviam de protecção sobre os músculos e o ventre. As armaduras apresentavam frequentemente na parte posterior uma grande peça de tecido, que interceptava as flechas disparadas à traição contra as costas.
- Umas almofadas grandes (”sobe”), constituídas por placas articuladas e que tinham como principal finalidade deter os golpes que o samurai pudesse receber pelos lados. Tentava-se mostrar o requinte do guerreiro através de uns elegantes motivos decorativos em bronze dourado e couro.
- Luvas metálicas, confeccionadas em malha de ferro cozida sobre tecido grosso.
- Umas caneleiras (”suneate”) que cobriam a perna, do joelho ao tornozelo. Estas úteis caneleiras eram feitas de tecido reforçado com correias de ferro ou couro reforçado.