Muitos gostam deste tipo de história porque têm uma mensagem ou um ensinamento e porque são contadas como verdadeiras, apesar de serem poucas as que realmente aconteceram. Por outro lado, são histórias misteriosas e poucas vezes se sabe qual a sua origem.
Em relação à lenda da borboleta azul, diz-se que há muitos anos um homem ficou viúvo e com duas filhas a seu cargo.
As duas garotas eram extremamente curiosas, inteligentes e tinham sempre vontade de aprender e conhecer coisas novas. E estavam sempre a fazer perguntas ao pai para satisfazer a sua fome de conhecimento. Por vezes, pai conseguia responder-lhes sabiamente, mas muitas vezes não conseguia dar às filhas uma resposta que satisfizesse as pequenas.
Vendo a inquietude das garotas, decidiu enviá-las de férias para conviver e aprender com um sábio, o qual vivia no alto de um monte. E realmente o sábio era capaz de responder a todas as perguntas que as pequenas lhe colocavam.
– Como podemos enganar o sábio? Que pergunta podemos fazer-lhe que ele não seja capaz de responder? – Perguntou a irmã mais nova à mais velha.
– Espera aqui, já te vou mostrar – disse a mais velha.
A irmã mais velha saiu para o monte e regressou após uma hora, trazendo uma coisa escondida.
– O que tens aí? – Perguntou a irmã mais nova. E a irmã mais velha mostrou-lhe uma bela borboleta azul.
– Que beleza! O que vais fazer com ela?
– Esta vai ser a nossa arma para fazer uma pergunta ao mestre. Vamos procurá-lo e eu vou esconder esta borboleta na minha mão. Então vou-lhe perguntar se a borboleta que está na minha mão está viva ou morta. Se ele responder que está viva, aperto a mão e mato-a. Se responder que está morta, deixo a borboleta sair a voar. Portanto, diga ele o que disser, a sua resposta será sempre errada.
Aceitando a proposta da irmã mais velha, as garotas foram então procurar o sábio.
– Sábio, disse a garota mais velha – Podia dizer-nos se a borboleta que tenho na mão está viva ou morta?
Ao que o sábio, com um sorriso respondeu: “Depende de ti, ela está nas tuas mãos”.
Esta lenda japonesa lembra-nos que somos responsáveis pelas nossas próprias acções e pelas suas consequências.
Todos os dias ouço muitas pessoas a culpar os outros sobre as coisas que não gostam na sua própria vida, ou que estão permanentemente a ver defeitos nos outros quando o mal está neles próprios.
Somos responsáveis pelos nossos actos porque podemos escolher e temos sempre múltiplas opções e o caminho que tomamos é um entre tantos outros.
Pensas o mesmo? Gostaste desta lenda?