As reacções da fusão nuclear provocadas pelos raios de antimatéria poderiam impulsionar as naves espaciais ultra-rápidas, nas viagens longas, antes do final deste século, segundo os investigadores da NASA.
Uma nave espacial com o poder da fusão nuclear poderia conseguir chegar a Júpiter em apenas quatro meses, abrindo potencialmente as portas do Sistema Solar à exploração, segundo uma informação já do ano de 2010, da NASA.
Antes ainda deve ser superado um grande número de obstáculos, particularmente na produção e armazenamento de antimatéria, para tornar esta tecnologia viável, no entanto alguns especialistas pensam que poderá ainda ser posto em marcha até meados deste século.
Será provável que ainda passem uns 40,50 ou mesmo 60 anos até que este tipo de tecnologia seja efectivamente real, o que seria algo realmente espectacular para a exploração espacial.
O poder da fusão nuclear
O combustível para a fusão numa nave espacial consistiria em muitos e pequenos grânulos de deutério e trítio, isótopos pesados de hidrogénio que albergam um ou dois neutrões nos seus núcleos (o átomo do hidrogénio comum não tem neutrões).
Dentro de cada grânulo, o combustível estaria rodeado por outro material, talvez urânio. Um feixe de antiprotões ou positrões, o equivalente da antimatéria aos protões, com uma carga eléctrica de menos 1, em lugar de mais 1, dirigida para os grânulos.
Quando os antiprotões chocarem contra o núcleo de urânio, este é aniquilado, gerando produtos de fissão de alta energia que continuariam as reacções de fusão do combustível.
Essas reacções, por exemplo, os núcleos de deutério e trítio, fundir-se-iam para criar um átomo de hélio-4 e um neutrão, o que libertaria grandes quantidades de energia que poderiam ser aproveitadas para impulsionar uma nave espacial de várias formas.
A ideia não é nova: o Project Daedalus, um estudo britânico do Interplanetary Society em 1970, já havia proposto a fusão como forma de propulsão para uma nave interestelar.
Ainda não
Enquanto a fusão antiprotão é vista como uma tecnologia prometedora, vários obstáculos têm de ser superados para poder vir a ser possível.
Talvez o obstáculo maior seja obter antiprotões suficientes, que podem ser produzidos com uma partícula de aceleração, guardando-os o tempo suficiente para fazer uma viagem espacial.
De acordo com os cientistas, cerca de 1,16 gramas de antiprotões seriam suficientes para viajar até Júpiter. Pode não parecer muito, mas a sua produção é medida actualmente em mil milionésimas de grama.
Os antiprotões são extremamente caros; umas quantas gramas custariam muitos mil milhões de dólares. Pensa-se que desde 1959, que a produção total de antiprotões será de apenas umas 10 nanogramas.
Mas a produção de antiprotões está em rápida ascensão. Talvez esta tecnologia possa ser o próximo grande marco da propulsão espacial, em 2060? Ou algo assim…