Em certas ocasiões há uma linha muito fina que separa a realidade da ficção. Alguns filmes estão rodeados de polémica, outros carregam aos ombros uma poderosa lenda negra e outros ainda como o que iremos ver de seguida, têm uma série inusitada de coincidências que não passaram despercebidas. Estamos a falar do filme “A Paixão de Cristo”, o conhecido filme dirigido por Mel Gibson e que retrata de forma crua as ultimas horas de vida de Jesus de Nazaré.
O primeiro facto curioso é o protagonista da película, Jim Caviezel, que foi atingido em duas ocasiões por raios durante a rodagem do filme. No entanto, esse não seria o único sofrimento para o actor, pois na sequência da cena da flagelação, foi açoitado sem querer por várias vezes.
A paciência de Caviezel também deve ser infinita porque para as últimas cenas, teve se suportar sessões de maquilhagem que chegaram a durar até sete horas. Se prestarmos atenção ao nome deste actor, damo-nos conta de que as suas iniciais, J.C., coincidem com as que habitualmente são empregues para nos referirmos a Jesus Cristo. Por outro lado, durante as filmagens de “A Paixão de Cristo”, Caviezel tinha 33 anos, a mesma idade que tinha Jesus de Nazaré no momento da sua morte.
Também é interessante o nome da actriz judia que encarnou a personagem de Virgem Maria. O seu apelido, Morgenstern, significa em alemão, “Estrela da Manhã”. Além do mais não podemos colocar de lado a estranha coincidência de que os actores de origem búlgara que representam João e Pôncio Pilatos, têm como primeiro nome o termo que no seu país é empregue para se referirem a Cristo: Hristo Shopov e Hristo Jivkov.
Outro dado não menos significativo é o facto de Satanás ser interpretado pela actriz Rosalinda Celentano, a qual, no entanto, não dá a sua voz ao demónio, sendo dobrada por um outro actor. Diz-se ainda que durante a rodagem, marcaram presença uns misteriosos homens vestidos totalmente de branco, os quais se dedicaram a dar conselhos sobre melhor forma de recriar a paixão de Cristo. Ninguém conhecia estes indivíduos, os quais, uma vez finalizada a gravação, não voltaram a ser vistos.
Desconhecemos os motivos pelos quais nos títulos dos créditos do filme se faz alusão a Serafia como a pessoa que lavou a face de Jesus, episódio que segundo as fontes religiosas foi levado a cabo por Verónica. Um lapso? Manias de guionista? Como mania podemos apontar também o estranho costume que o director, Mel Gibson, adoptou durante a rodagem: todos os dias, antes de começar o trabalho, o sacerdote canadiano que tinha sido contratado, Fr. Stephen Somerville, dava missa em latim para todos os implicados no projecto.
Um evento trágico aconteceu no dia da estreia de “A Paixão de Cristo” (uma quarta-feira de cinzas): uma empregada das vendas de bilhetes do cinema caiu ao chão enquanto era projectada a cena da crucificação. Uma falha cardíaca colocaria fim à sua vida pouco depois.
Embora não tenha sido o filme que mais bilhetes vendeu, ostenta ainda assim o recorde de venda antecipada de entradas. A expectativa criada em volta deste filme foi tal, que em todo o mundo a sua estreia foi ansiosamente aguardada. Este filme também foi bem acolhido pelos entendidos e pela critica, tendo tido três nomeações para os Óscares (melhor maquilhagem, melhor banda sonora e melhor direcção de fotografia), e sido premiado com 17 prémios diversos e candidato a outros 13.