Nesta era tecnológica, onde qualquer imagem pode ser criada com o Photoshop, parece que já nada nos pode surpreender. No entanto, acredite-se ou não, esta imagem é real e pertence a um dos espectáculos naturais mais fascinantes e indiscutíveis do mundo: as coloridas auroras boreais e austrais, também conhecidas como Luzes do Norte e do Sul.
As auroras variam de forma, estrutura, cor e também mudam rapidamente com o tempo. Durante uma noite, a aurora pode começar como um arco isolado alongado que se vai estendendo pelo horizonte, geralmente na direcção este-oeste.
À meia-noite, o arco pode começar a aumentar o seu brilho e podem formar-se ondas ao longo do arco, assim como linhas verticais que se parecem com finos raios de luz. E subitamente num segundo, todo o céu pode encher-se de faixas, espirais e raios de luz que cintilam e se movem rapidamente de um lado para o outro.
Durante as últimas décadas, os cientistas tem debatido as causas destes fenómenos. Foram os cientistas da NASA que descobriram a causa da formação destes jogos de luzes deslumbrantes de cores nas regiões mais setentrionais do planeta. Segundo eles, as explosões de energia magnética que acontecem a um terço da distância entre a Terra e a lua são as responsáveis do aparecimento repentino das auroras.
Graças ao satélite Themis (sigla em inglês para Historia de Tempo de Eventos e Interacções a Macro-escala) e a uma rede de 20 observatórios localizados no Canadá e no Alasca, descobriu-se que o fenómeno ocorre devido a um processo chamado “reconexão magnética“.
As intermitentes luzes multicores das auroras estão associadas ao vento solar, partículas com uma carga eléctrica que o sol produz continuamente. As linhas do campo magnético da Terra estendem-se no espaço enquanto armazenam a energia do vento solar. Os cientistas dizem que devido ao armazenamento desta energia do sol, as duas linhas de campos magnéticos aproximam-se e alcançam um limite crítico, fazendo com que as linhas se voltem a ligar e que a energia magnética se converta em energia cinética e calor, e ao emitir esta energia desencadeia-se o espectáculo de luz das auroras.
Segundo Vassilis Angelopoulos, líder da investigação, o processo começa muito longe da Terra e propaga-se ao nosso planeta mais tarde. A lua fica a cerca de 385.000 quilómetros da Terra, e este fenómeno acontece a 128.000 quilómetros.
O mesmo processo que provoca as auroras também pode causar problemas nos satélites, nas redes de electricidade, nos sistemas de comunicação da Terra e até mesmo pode colocar em perigo os astronautas no espaço.
Pode ser perigoso, mas não podemos negar a beleza das auroras, um dos maiores espectáculos do mundo com tanta beleza que nos deixa boquiabertos. Mas quem não ficaria perplexo perante tal maravilha natural?